segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O urso faminto


Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores. Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida. Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo. Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo.
Na verdade, era o calor da tina... Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava. O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida.
Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia.
Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo. Quando terminei de ouvir esta história de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes.
Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero.
Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos. Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir. Tenha a coragem e a visão que o urso não teve.Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a panela!

O Nome


Durante meu segundo mês na escola de enfermagem, nosso professor nos deu um questionário. Eu era bom aluno e respondi rápido todas as questões até chegar a última que era: "Qual o primeiro nome da mulher que faz a limpeza da escola?" Sinceramente, isso parecia uma piada. Eu já tinha visto a tal mulher várias vezes. Ela era alta, cabelo escuro, lá pelos seus 50 anos, mas como eu ia saber o primeiro nome dela?
Eu entreguei meu teste deixando essa questão em branco e um pouco antes da aula terminar, um aluno perguntou se a última pergunta do teste ia contar na nota. "É claro!", respondeu o professor. "Na sua carreira, você encontrará muitas pessoas. Todas têm seu grau de importância. Elas merecem sua atenção mesmo que seja com um simples sorriso ou um simples ‘alô’."
Eu nunca mais esqueci essa lição e também acabei aprendendo o primeiro nome dela, que era Dorothy.

Alcançar Deus


Havia uma pessoa que possuía um enorme desejo de alcançar Deus. Mas estava bloqueada. Havia passado por inúmeras vidas e estava repleta de incontáveis impressões de orgulho e pretensão.
Este aspirante foi a um Guru e disse:
- Quero seguir o caminho para Deus. Por favor, inicie-me.
- Vá, tome um banho no rio e depois volte - retrucou o Guru.
Na Índia, antes que um aspirante receba iniciação, deve tomar um banho como parte de um ritual de purificação. O aspirante foi se banhar.
Enquanto isso, o grande Ser chamou a faxineira e disse:
- Um homem chegará aqui muito em breve. Quando você o vir, comece a varrer e levante poeira.
Quando a faxineira viu o aspirante, começou a varrer com toda força e o cobriu com uma nuvem de poeira.
Nesta época, na Índia, vigorava ainda o sistema de castas e as faxineiras eram vistas como inferiores e consideradas impuras.
Ao sentir a poeira, ele ficou furioso.
- O que há com você? - gritou. - Não me viu chegar? Acabei de tomar um banho e estou purificado. Agora você jogou toda essa poeira em mim!
Ele estava pronto para agredir a faxineira, mas controlou-se, sacudiu a poeira e entrou no Ashram.
- Você ainda não está limpo - disse o Guru ao vê-lo. Volte em um ano quando estiver limpo.
O aspirante saiu e voltou um ano mais tarde.
- Vá e tome um banho - disse-lhe novamente o Guru. Então chamou a faxineira e falou:
- Encha uma cesta com lixo e segure-a na cabeça, Quando o aspirante se aproximar, dê um esbarrão nele, de modo que a cesta de lixo caia toda em cima dele.
Logo que a faxineira viu o homem voltando de seu banho, esbarrou nele e a cesta inteira caiu em sua cabeça. Um ano antes, este homem quase a agredira. Desta vez, não teve vontade de bater nela, mas ainda ficou muito irritado.
- Você ainda está sujo - disse-lhe o mestre quando o homem entrou no Ashram. - Vá embora, limpe-se e volte daqui a um ano.
O aspirante foi embora e daí a um ano voltou ao Guru pela terceira vez.
- Vá e tome um banho - disse-lhe de novo o Guru. Depois disse à faxineira:
- Desta vez, se ele lhe disser qualquer coisa enquanto estiver varrendo, bata-lhe duas vezes com a vassoura.
Quando o aspirante voltou do banho, a mulher estava varrendo.
- Saia daí! - disse ele.
A faxineira virou a vassoura e deu-lhe quatro golpes.
O Guru havia lhe ordenado dois golpes, mas ela tinha suas razões pessoais.
Desta vez o aspirante recebeu os golpes sem dizer nada.
- Agora você pode se sentar - disse-lhe o Guru. - Você está pronto para receber alguma coisa.

O empurrão


A águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho.
Seu coração se acelerou com emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes a seus insistentes cutucões. Por que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair? - Pensou ela.
O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes. E se justamente agora isto não funcionar?
Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a se completar, restava ainda uma tarefa final o empurrão.
A águia encheu-se de coragem. Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas não haverá propósito para a sua vida.
Enquanto eles não aprenderem a voar não compreenderão o privilégio que é nascer águia. O empurrão era o melhor presente que ela podia oferecer-lhes. Era seu supremo ato de amor.
Então, um a um, ela os precipitou para o abismo. E eles voaram! Às vezes, nas nossas vidas, as circunstâncias fazem o papel de águia. São elas que nos empurram para o abismo. E quem sabe não são elas, as próprias circunstâncias, que nos fazem descobrir que temos asas para voar.

A paciência de Atisha


Atisha, um grande mestre tibetano, tinha um empregado que era muito desagradável. Estava sempre muito mal disposto, resmungava com tudo e arranjava problemas com todas as pessoas do mosteiro. Além disso, era muito malcriado com o mestre.
Indignados com a sua atitude os discípulos imploravam ao mestre que o mandasse embora, que o substituiriam no seu trabalho. Então Atisha respondia:
- E sem ele como é que vou treinar a minha paciência?
Consta que ao fim de uns anos, tratado carinhosamente por Atisha, o empregado se converteu.
Agora quando alguma coisa me irrita ou alguém me aborrece lembro-me desta história e agradeço a "este meu empregado Atisha" que me permite desenvolver a paciência.

Dê para receber


Existe uma lenda chinesa que ilustra perfeitamente a necessidade de dar antes de receber.
Um mendigo vivia em uma rua de uma cidade chinesa e segurava uma caneca o dia inteiro, pedindo arroz ou qualquer outra coisa que os passantes tivessem para dar.
Um dia, o mendigo viu um grande cortejo descendo a rua, liderado pelo imperador em seu imponente riquixá, entregando presentes aos seus súditos. O mendigo se encheu de felicidade. “Chegou a minha grande oportunidade”, pensou Woo. “Dessa vez receberei um presente valioso”, e dançou com alegria.
Quando o imperador chegou perto dele, Woo exibiu sua caneca com grande determinação, mas em lugar de receber o esperado presente do imperador, sua Majestade pediu a Woo um presente.
O pobre Woo ficou extremamente desapontado e envergonhado; pegou os dois menores grãos de arroz que conseguiu encontrar em sua caneca e, muito a contragosto, entregou-os ao imperador, que depois foi embora.
Durante todo o dia, Woo reclamou e resmungou. Censurou o imperador, culpou Buda, tratou mal os que se dirigiam a ele; e poucas pessoas pararam para lhe falar ou colocar grãos de arroz em sua caneca.
Nessa noite, quando chegou à sua pobre cabana e derramou seu escasso suprimento de arroz, Woo encontrou duas pepitas de ouro do tamanho exato dos grãos de arroz que tinha dado ao imperador

Conta corrente



Imagine que você tenha uma conta corrente e a cada manhã acorde com um saldo de R$ 86.400,00. Só que não é permitido transferir o saldo para o dia seguinte.
Todas as noites o seu saldo é zerado, mesmo que você não tenha conseguido gastá-lo durante o dia. O que você faz? Você iria gastar cada centavo é claro!
Todos nós somos clientes deste banco que estamos falando. Chama-se "TEMPO". Todas as manhãs são creditadas para cada um 86.400 segundos. Todas as noites o saldo é debitado como perda.
Não é permitido acumular este saldo para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reinicializada, e todas as noites as sobras do dia se evaporam. Não há volta.
Você precisa gastar vivendo no presente o seu depósito diário. Invista então no que for melhor, na sua saúde, felicidade, sucesso!
O relógio esta correndo. Faça o melhor para o seu dia-a-dia.
Para você perceber o valor de "um ano", pergunte a um estudante que repetiu o ano.
Para você perceber o valor de "um mês", pergunte para uma mãe que teve seu bebê prematuramente.
Para você perceber o valor de "uma semana", pergunte a um editor de um jornal semanal.
Para você perceber o valor de "uma hora", pergunte aos amantes que estão esperando para se encontrar.
Para você perceber o valor de "um minuto", pergunte a uma pessoa que perdeu um trem.
Para você perceber o valor de "um segundo", pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente.
Para você perceber o valor de "um milésimo de segundo", pergunte a alguém que venceu a medalha de prata em uma olimpíada.
Valorize cada momento que você tem! E valorize mais porque você deve dividir com alguém especial, especial o suficiente para gastar o seu tempo junto com você.
Lembre-se, o tempo não espera por ninguém!
Ontem é história. O amanhã é um mistério. Hoje é uma dádiva. Por isso é chamado de PRESENTE