quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

As Seis Perfeições

Dana (Generosidade): é o doar, a caridade, a abertura do coração. É dar sem apego. Podemos dar coisas materiais, ensinamentos, ou a nossa presença, estabilidade e paz. Fazer algo com a consciência do seu valor absoluto também é dar.


Sila

(Ética): é viver de acordo com os preceitos budistas.


Kshanti

(Paciência): é a capacidade de aceitar tudo e de perdoar, sem rancor, as injustiças que nos foram cometidas. É alargar o nosso coração para que um punhado de sal não deixe a nossa água salgada. É ser como a terra, que tudo acolhe sem reclamar ou discriminar. É absorver tudo o que nos acontece na vida. É semelhante à equanimidade.


Virya (Esforço): determinação, energia, perseverança. É não desanimar ou desistir. Não vacilar. Avançar sem recuar, decididamente. O nosso esforço deve ser correcto, e não devemos apegar-nos aos resultados.


Dhyana

(Meditação): é a prática do zazen, a prática da atenção plena. É clarear e libertar a mente. É consumir-se por completo naquilo que se está a fazer, estando totalmente presente e consciente.

Prajna (Sabedoria): é a sabedoria da não-discriminação. É a capacidade de ver as coisas como elas são. Prajna Paramita é a mãe de todas as paramitas e a base de seu desenvolvimento. Prajna é a compreensão do vazio.

As Quatro Meditações Ilimitadas

Amor: é o desejo de que os outros seres sejam felizes, e a acção nesse sentido. É um sentimento incondicional, que nasce da compreensão da unidade fundamental de todas as coisas.


Compaixão:

é o desejo de que os outros não sofram e a acção para aliviar a dor alheia. Quando entramos em contacto com o sofrimento do outro, a compaixão brota no nosso coração. Para isso precisamos de atenção plena.


Alegria: a alegria provém naturalmente de um coração que reconhece a preciosidade que é ter nascido como um ser humano e poder praticar o Darma.


Equanimidade:

é o desapego aos opostos, olhá-los de forma igual. Equanimidade significa imparcialidade, não discriminação, equilíbrio mental. É não discriminar "eu" e "outros". É permanecer imóvel ao sofrer palavras e acções injustas, e ao ouvir elogios. É não permitir que surja a irritação, a amargura, o desânimo. É experimentar todas as sensações sem deixar surgir desejo ou aversão.

Os Cinco Preceitos que quero seguir

1. Não matar;
2. Não roubar;
3. Não mentir;
4. Não ter conduta sexual imprópria;
5. Não lidar com intoxicantes.

Não seguir estes preceitos não é "pecado", é, simplesmente, ignorância. "Enquanto a má acção está verde, o perverso nela se satisfaz; mas, uma vez amadurecida, ela lhe traz frutos amargos."

Elementos Básicos do Budismo

Impermanência. Todas as coisas são impermanentes. Tudo muda constantemente sem parar. Nada é igual nem por um momento. Nada é estável. Um minuto atrás, nós éramos diferentes tanto física quanto mentalmente. O que nos faz sofrer não é a impermanência em si, mas o nosso desejo de que as coisas sejam permanentes, quando elas não o são. Impermanência é movimento, é vida. As coisas só existem na sua forma e cor presentes.

Não-eu. Nada do que existe tem existência em si mesmo, separada e independente. Cada coisa precisa de estar ligada com todo o universo para poder existir. Cada coisa é uma junção de elementos que não são ela mesma. Não existe nada que seja separado do resto, que possa existir de forma independente e definitiva.

Interdependência. Vazio. Nada pode existir por si só. Tudo é criado por várias condições, e todos os fenómenos estão inter-relacionados. É a Unicidade. Quem compreende profundamente esta verdade pratica a compaixão, pois vê que é um com tudo o que existe. Tal pessoa compreende um segredo da vida: que a felicidade só pode ser encontrada na compaixão e no altruísmo, e que seguir os nossos desejos egoístas só nos traz sofrimento e perturbação. A interdependência pode ser resumida no seguinte ensinamento do Buda: "Ensinar-vos-ei o
Darma: se isto existe, aquilo vem à existência; do surgir disto, surge aquilo; se isto não existe, aquilo não vem à existência; da cessação disto, aquilo cessa". Todas as ondas (fenómenos) pertencem ao mesmo oceano (unidade, totalidade, verdade) da Vida.

Karma. É a lei de causa e efeito. Construímos karma através das nossas acções do corpo, da fala e da mente. As acções virtuosas geram bons resultados e felicidade; as acções não-virtuosas geram más condições e sofrimento. A retribuição kármica dá-se em três etapas do tempo: nesta mesma vida, na próxima vida ou em vidas posteriores. Momento após momento nós geramos karma e criamos a nossa realidade.

Samsara. Todos os seres estão sujeitos à roda do nascimento e da morte sucessivos. O Budismo acredita que as energias kármicas emanadas das nossas acções boas e más geram um novo corpo e uma nova mente de acordo com a natureza dos impulsos kármicos. Samsara em sânscrito significa "perambulação" (vaguear, divagar).

Nirvana. Nirvana é a Liberdade Incondicionada. É a libertação total do sofrimento, um estado de paz inabalável e de indescritível felicidade. É um estado para além de todos os conceitos.

Como definir o Budismo?

Contrariamente a muitas outras religiões, o Budismo é não téista. Quer isto dizer que não contempla e existência de um Deus criador e se preocupa sobretudo em resolver os problemas humanos essenciais.

Os Budistas tibetanos designam-se a si próprios nangpa, "aqueles que procuram dentro de si". Na verdade o budismo é uma via de busca e aperfeiçoamento espiritual.

O seu carácter aberto e não dogmático leva cada vez mais pessoas a considerá-lo como uma filosofia, uma arte de vida e mesmo, segundo a opinião de muitos Mestres budistas contemporâneos, uma ciência do espírito.

Amor de conto de fadas



Acho que todos queremos uma história de amor tão bonita quanto vemos em livros, filmes e na ficção em geral. Queremos que alguém nos ame e nos cultive como se isto fosse uma das nossas maiores atribuições nesta vida. E queremos nós fazer o mesmo, e passar por experiências inesquecíveis para que este amor perdure por toda eternidade em nossas vidas a dois e para todos outros ao redor que virem toda esta manifestação do amor. Mas, até aonde estamos dispostos a enfrentar dificuldades para que passemos por este presente lindo que o amor entre as pessoas pode valer?


Um maratonista não consegue uma medalha em uma olimpíada num dia que ele acorda e simplesmente fala “Ah! Hoje vou ser campeão”. Ele vai ganhar uma medalha, depois de anos e anos de treinamento; depois de competições e competições, perdidas e vencidas; depois de muito tempo de dedicação, sem nem ver a cor da medalha que ele tanto quer. Na nossa vida relacional, eu acredito que não deve ser diferente.


Queremos viver contos de fadas. Mas nunca estamos dispostos a sofrer por amor e suportar as adversidades por este amor. Na sua primeira carta aos Coríntios, Paulo diz que o amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1ªCor 13:7), mas eu sei bem que nossas relações atuais, nos dias de hoje, são aceleradas pela velocidade da Internet, pela vida corrida e fria e pela nossa ansiedade em ter tudo assim como a metodologia capitalista nos impõe. Perdemos a arte de sofrer por amor, de crer por amor, de esperar por amor, de suportar por amor

Para viver um conto de fadas, temos que nos sujeitar a sofrer, crer, esperar e suportar pelo amor como num conto de fadas. E contos de fadas são histórias longas cronologicamente, e apenas no desfecho que tudo corre bem. A Cinderela fica tempos e tempos sofrendo na mão de sua tia até um belo dia poder estar com o seu príncipe. E nem assim ela já o tem de imediato. E é assim que devemos viver se achamos que vale a pena ter um conto de fadas em nossas vidas. É viver pela fé de que existe algo acima de nós, que sabe o que nosso coração necessita, e sabe como nos sanar estes anseios. Então, é justo que nos curvemos a crer que este ser mova as peças em nossas vidas, e não nós mesmos

Com o imediatismo, perdemos os motivos que nos farão amar uma pessoa e ela nos amar para todo sempre. O mocinho e a mocinha, no fim do filme, ficam juntos pois eles sofreram juntos as dificuldades que passaram. Foram, antes de tudo, amigos, companheiros. Compartilharam as dores, os sofrimentos, as angústias, e no fim tudo se resolveu, unindo os dois, pois sabem o que o outro representa em sua vida.

Quer mesmo viver um conto de fadas? Viver uma história de amor linda no ponto de contar para os outros e ouvir dizerem que também gostariam de passar por algo assim? Quer? Então, exercite o que Paulo disse.

Tudo Sofre: saiba que vai sofrer. Que vai ter lutas. Que vai ser difícil alcançar o amor que deseja. Mas que vale a pena sofrer, pois você está em busca de algo maior que você mesmo.

Tudo Cre: crer é exercitar a fé. Confie, seja sincero, não duvide, tenha fé! Não desconfie nem do amor do próximo, nem de sua própria vontade. Creia que será possível, pois já disse Jesus: “Tudo é possível ao que crê!” (Marcos 9:23)

Tudo Espera: Esperar é confiar, é saber que não são por seus atos que as coisas acontecem, mas sim por alguém que é vigilante e fiel em nos prometer algo de bom. Esperar, é o ato de amar enquanto nos preparamos para este amor. Assim, esperar e ser paciente é ponto chave para uma linda história de amor



Deixo clado que não praticante da religião católica. Mas não negarei algumas sabedorias encontradas da Biblía.