sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

'Por que não existem relacionamentos perfeitos?' Talvez você já tenha ouvido ou feito tal pergunta, e percebeu que a resposta não é tão simples quanto


Podemos começar a refletir sobre o assunto dizendo que cada pessoa tem suas próprias crenças a respeito do amor em si, além disso sabemos que as pessoas estão em constante transformação, e formação, pois o ser humano (o fenômeno humano) é uma metamorfose constante, assim sendo nunca está pronto, nunca está feito por completo, ou seja, é imperfeito em si.


Mas como fazer para um relacionamento ser bem sucedido? Bem, o desafio não está em ser bem sucedido, pois se você já amou uma pessoa mesmo que por alguns instantes, isto é sucesso! Então, o desafio está em saber amar. Sem ser piegas ou devaneador, vamos tentar refletir sobre o amor através de alguns versos.


Marisa Monte na música Ontem ao Luar canta:
"Ontem, ao luar, nós dois em plena solidão Tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão Nada respondi! Calmo assim fiquei! Mas, fitando o azul, do azul do céu A lua azul eu te mostrei Mostrando-a a ti, dos olhos meus correr senti Uma nívea lágrima e, assim, te respondi: (...) A dor da paixão não tem explicação Como definir o que só sei sentir É mister sofrer, para se saber (...)"
Quando falamos de amor devemos lembrar que ele é uma emoção, por isso é difícil defini-lo. Também é difícil saber quando vai acontecer, só dá para sentir, e quando se sente, sabe-se que está amando. Existe grande risco em tentar defini-lo, pois quando palavras são utilizadas para classificá-lo, está se racionalizando um sentimento, como já dissemos o amor é uma emoção, não tem explicação. Devido a isso, poucas pessoas têm o prazer de senti-lo, somente aqueles que não tentam defini-lo, ou melhor, racionalizá-lo.


Como diz Luís Vaz de Camões em um de seus sonetos (que a banda Legião Urbana tão bem acrescentou a canção Monte Castelo):
"Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas, como causar pode seu favor; Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"


Aqueles que desejam conviver bem com outras pessoas, e desejam ter um relacionamento estável e duradouro, e ao mesmo tempo cheio de paixão e intensidade, precisam realizar uma tarefa que exige dedicação e cumplicidade, precisam descobrir qual o sistema de crenças que acreditam e como fazer para compartilhá-lo, ou seja, precisam entrar em sintonia com os próprios sentimentos e saber o que sentem e como demonstrá-lo, não se pode ter medo de sentir, as vezes é preciso cair de cabeça para apreciar os resultados que podem ser bons ou podem ser ruins, só saberá aquele que se arriscar, afinal o pior medo é o medo de sentir medo.

O Novo Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa define o amor como sendo: "sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa; sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro ser ou a uma coisa; devoção, culto, adoração", podemos notar nesta definição que mesmo quando se tenta conceituar o amor, ainda assim parece algo abstrato, pois só podemos compreendê-lo na prática, voltando, novamente, a atenção aos versos da canção Ontem ao Luar:


"Se tu desejas saber o que é o amor Sentir o seu calor

O amaríssimo travor do seu dulçor Sobe um monte à beira-mar, ao luar Ouve a onda sobre a areia a lacrimar Ouve o silêncio a falar na solidão De um calado coração, a penar A derramar, os prantos seus! (...)"


Como podemos ver para se compreender o amor é preciso sentir, para sentir é preciso se conhecer melhor, para se conhecer melhor é preciso não ter medo de sentir e demonstrar o que se sente, além de não tentar classificar ou racionalizar o que se sente. Também é preciso entrar em sintonia com outra pessoa para compartilhar o sentimento, que pode ser por um breve momento ou por uma vida inteira, o que importa é se deixar cativar pelos próprios sentimentos.


Para concluir um poema que recebemos pelo correio eletrônico, cujo autor nos é desconhecido, que fala o que é preciso:
"Para viver um grande Amor... É preciso abrir todas as portas que te fecham o coração. Quebrar barreiras construídas ao longo do tempo, por amores do passado que foram em vão... É preciso muita renúncia em ser e mudança no pensar. É não esquecer que ninguém vem perfeito para nós! É preciso ver o outro com os olhos da alma e se deixar cativar! É preciso renunciar ao que não agrada ao seu amor... para que se moldem um ao outro como se molda uma escultura! Aparando as arestas que podem machucar. É como lapidar um diamante bruto... para fazê-lo brilhar! E quando decidires que chegou a tua hora de amar, lembra-te que é preciso haver identificação de almas! De gostos, de gestos, de pele no modo de sentir e pensar! Para viver um grande Amor... É preciso ver a luz iluminar sua aura, dando uma chance para que o amor te encontre! Na suavidade morna de uma noite calma. É preciso se entregar de corpo e alma! É preciso ter dentro do coração um sonho: que se acalenta no desejo de amar e ser amada! É preciso conhecer no outro o ser tão procurado! É preciso conquistar e se deixar seduzir... entrar no jogo da sedução e deixar fluir! Amar com emoção para saber sentir, a sensação do momento em que o amor te devora! E quando você estiver vivendo no clímax dessa paixão, que sinta que essa foi a melhor das tuas escolhas! Que foi teu grande desafio... e o passo mais acertado, de todos os caminhos da tua vida trilhado! Mas se assim não for! que nunca te arrependas pelo amor dado! Faz parte da vida arriscar-se por um sonho... por que se não fosse assim nunca teríamos sonhado !


Mas antes de tudo, que você saiba que tem um aliado, ele se chama Tempo é teu melhor amigo. Só ele pode te dar todas as certezas do amanhã... A certeza que você realmente amou... A certeza se realmente foste amado..."


Esqueça tudo, e apenas sinta! Não procure perfeição porque vai achar ilusão; apenas não procure... deixe que tudo acontece ao seu tempo, apenas sinta o aqui e agora do amor e viva esse momento; sem medo de sentir, sem pensar "e se...", sem racionalizações dos sentimentos. Carpe diem...
Você não é feliz no relacionamento que tem, o melhor é admitir isso, em vez de esperar que um milagre aconteça. Esperar pela mudança que no fundo você sabe que não acontecerá pode comprometer sua saúde física e mental.

Há quatro maneiras comuns de cair em ilusões:

Acreditar que pode transformar o(a) parceiro(a). Lembre-se que o único comportamento que você pode controlar é o seu próprio.

Não distinguir entre atração física e amor. A carência e o desejo de amar podem confundir.

Estabelecer relacionamentos com mentirosos habituais. São manipuladores, distorcem a realidade e não valorizam a verdade nem os sentimentos do(a) parceiro(a).

Estabelecer relacionamentos com pessoas agressivas, que dizem amar mas que, na verdade, gostam mesmo é de controlar. É o auge da manipulação e da mentira.

Admitir estar vivendo de ilusões não é mesmo fácil: pode nos deixar envergonhados diante de nós mesmos, como se fôssemos infantis ou ingênuos.

Mas é melhor enxergar logo a realidade do que continuar se enganando e, de repente, sofrer uma desilusão causada pelo(a) parceiro(a).

chuvas


Estamos assistindo à amazonificação de São Paulo.
Chove aqui que nem lá.
Imagino as conversa no mundo corporativo nesses tempos diluvianos:
-Vamos marcar a reunião antes ou depois da chuva?
Ou
- Hoje estou sem barco. Você me dá uma carona?
Ou
-Olha só isso! Comprei essa roupa de mergulho na Vila Romana.
Ou.
- Não me venha com esta desculpa de leptospirose. Quero esse relatório para amanhã!
Ou
- Menina, um luxo esse seu salto 30 centímetros!
- É para pular poça d'água.

Um relacionamento amoroso existe enquanto os parceiros correspondem às iniciativas amorosas mútuas.


Esse tipo de relacionamento pode terminar em qualquer ponto do seu percurso: desde o seu início, quando um flerte deixa de ser correspondido, até a separação de um casamento.
Vamos examinar quatro dos principais fatores que contribuem para o fim de relacionamentos já estabelecidos: esvaziamento do relacionamento, alternativas mais atraentes, brigas e desconfiança.


Esvaziamento do relacionamento

Na maior parte dos relacionamentos duradouros, infelizmente, à medida em que o tempo vai passando vai acontecendo uma diminuição do interesse pelo parceiro.

Essa diminuição é manifestada de diversas formas como, por exemplo, menos motivação para conversar, menos atração romântica e menos desejo sexual pelo parceiro.

Ou seja, o relacionamento vai se esvaziando daquela importância que já teve anteriormente.

Um relacionamento vazio é aquele cujos custos e benefícios produzidos pelos parceiros se tornaram mínimos. Muitas vezes esse esvaziamento é mais acentuado para apenas um dos parceiros.

Três mecanismos principais são responsáveis por esse tipo de esvaziamento:

diminuição da novidade, repetição exagerada de padrões de comportamentos e mudanças que afastam os parceiros. Vamos examinar agora esses mecanismos.

Diminuição da novidade

A novidade é mais estimulante do que aquilo que é conhecido. Por exemplo, quando entramos na nossa casa e um tapete que sempre esteve no hall de entrada foi retirado sem que soubéssemos ou um quadro que sempre esteve na parede do corredor desapareceu, isso chama a nossa atenção.

No entanto, se tudo está no mesmo lugar, nem pensamos nisso. Mesmo fatos importantes que já são rotineiros não chamam a nossa atenção.

Por exemplo, raramente a água que jorra quando abrimos a torneira ou a luz que se acende quando acionamos o interruptor chamam a nossa atenção.

No entanto, quando abrimos a torneira ou acionamos o interruptor e não sai água e a luz não se acende, aí sim, toda a nossa atenção é despertada. No início do relacionamento existe muita novidade.

Não conhecemos o parceiro ou pelo menos não o conhecemos como parceiro amoroso. Quando não conhecemos alguém que é importante para nós, ficamos muito atentos às suas reações e tentamos aprender como agir com ele.

O sexo é um caso típico, em que o efeito novidade é muito notado. Uma nova parceira ou mesmo uma nova prática sexual que era desejada, mas que nunca foi praticada devido à inibição, pode provocar muita excitação. Essas novidades também podem tornar-se rotineiras e perderem boa parte de suas excitações iniciais.


Será, então, que o relacionamento amoroso está fadado à perda de interesse? Não creio. Vamos examinar agora como as mudanças naturais que ocorrem conosco podem garantir variabilidade suficiente para que o relacionamento continue estimulante e interessante.

Excesso de rotina esvazia o relacionamento

Um dos principais motivos do esvaziamento dos relacionamentos é a repetição daquelas formas de agir que deram certo e a evitação de novas formas de agir devido ao medo ou à preguiça de tentar algo novo.


Isso produz um “engessamento” no relacionamento.

O relacionamento precisa estar vivo para ter qualidade e durar. Um relacionamento vivo é aquele que varia. Para que essa variação aconteça, não é necessário se programar para fazer coisas diferentes.

Por exemplo, não é necessário esforçar-se em fazer sexo em mil locais diferentes, aprender quinhentas posições sexuais ou aprender a fazer streap tease.


Tudo é muito bom quando é fruto das variações naturais do desejo e não produto do esforço deliberado e descontextualizado.

As variações naturais já garantem um bom grau de variação no relacionamento. Basta expressar um pouco mais aquelas mudanças que ocorrem conosco.


Algumas mudanças ocorrem de um momento para outro e outras demoram anos para ocorrer. Por exemplo, as nossas motivações, humores e emoções se alteram bastante no decorrer de um único dia.

Aprendemos e modificamos nossas percepções e comportamentos em decorrência dos nossos sucessos e fracassos.

À medida que deixamos de comunicar essas mudanças para o parceiro, devido ao medo de desagradá-lo ou perdê-lo, vamos ficando monótonos, falsos e chatos.


Embora a omissão de mudanças possa ser mais segura à curto prazo para não perder o parceiro, ela aumenta as chances de perdê-lo à médio e longo prazo, porque a mesmice mata o relacionamento.


Mudanças que afastam os parceiros

Com o passar dos anos, geralmente alteramos aquilo que valorizamos em um parceiro e, simultaneamente, também alteramos aquilo somos. É possível que essas duas alterações façam com que parceiros que inicialmente atendiam as expectativas mútuas deixem de atendê-las. Por exemplo, aos vinte anos, quando se conheceram, Mariana admirava os cabelos rebeldes e compridos de Bruno e a sua animação para as baladas.


Com o passar dos anos, Mariana começou a admirar cada vez mais as pessoas que tinham realização econômica e uma aparência mais clássica. Bruno continuou com o seu estilo rebelde e “baladeiro”. Mariana agora dizia que ele era um “eterno adolescente”. Ele, por sua vez, dizia que ela tinha ficado velha precocemente e tinha virado uma consumista que dava muita importância ao status. Não mais se admiravam.


Alternativas mais atraentes

Sempre há o risco de aparecer algo fora do relacionamento que seja mais atraente ou menos incômodo do que aquilo que existe nele. Esses dois fenômenos foram bem captados palas afirmações que dão título para os dois tópicos abaixo.


• “O ótimo é inimigo do bom”Essa afirmação faz todo o sentido. No caso do relacionamento amoroso, ela geralmente faz referência à presença de um rival: mesmo quando estamos em um bom relacionamento, ainda assim existe o risco de o parceiro, ou nós mesmos, achar alguém que seja muito mais atraente do que a companhia atual.

Segundo um estudo publicado em 1989 pela antropóloga Laura Betzig, a traição era a principal causa da separação, na época que esse estudo foi realizado.Todo relacionamento amoroso corre o risco de terminar quando uma terceira pessoa desperta fortemente o amor romântico ou o apetite sexual em um dos parceiros. Esse risco é maior quando não existem barreiras internas fortes contra a traição.


Mesmo quando não há traição sexual, o amor por uma terceira pessoa provoca o esvaziamento do relacionamento atual: esse envolvimento tira a energia do relacionamento pré-existente.Muitas vezes a intensidade do envolvimento com essa terceira pessoa pode não ser suficiente para causar a separação. No entanto, esse envolvimento pode produzir outro tipo de perigo: o parceiro que está sendo traído pode tomar conhecimento do que está acontecendo e precipitar a separação.


• “Antes só que mal acompanhado”

Muitas vezes o relacionamento termina porque ficar só é melhor que ficar em um relacionamento ruim. Isso acontece quando os custos proporcionados pelo relacionamento superam os seus benefícios durante muito tempo.

Esse balanço desfavorável acontece quando os ganhos diminuem (esvaziamento do relacionamento, a aparência piorou muito, os ganhos sociais e econômicos diminuíram) ou os custos aumentam (brigas, trabalhos, responsabilidades).

O ser humano é um animal que forma parcerias amorosas duradouras?


O ser humano é um animal que forma parcerias amorosas duradouras. Existem estimativas de que cerca de 90% das pessoas da humanidade se casam pelo menos uma vez. Os antropólogos e historiadores nunca encontraram uma cultura que não praticasse alguma forma de casamento. A parceria duradoura também acontece em várias outras espécies de animais, como a arara azul, por exemplo. Nesta espécie, este tipo parceria muitas vezes dura a vida toda. Obviamente existem mecanismos biológicos que são responsáveis pela durabilidade destas parcerias. Ninguém alegaria, por exemplo, que os casais de araras não se separam devido à opinião pública, dificuldades legais ou motivos religiosos. Segundo os psicobiólogos, muitos animais formam parcerias duradouras como uma estratégia para aumentar a eficiência procriativa. Tais parcerias ocorrem em espécies nas quais os filhos dependem de cuidados prolongados que seriam demasiadamente custosos para apenas um dos pais.

Na nossa espécie, além de mecanismos biológicos, também são conhecidos mecanismos psicológicos, sociais e institucionais que contribuem para a formação e manutenção dos pares amorosos. Vamos ver alguns exemplos.

• Mecanismos psicológicos: admiração pelo parceiro, apego, amor, ciúmes, planos em comum, compartilhamento de responsabilidades e a inclusão do outro e da parceria na definição do eu. Outros mecanismos psicológicos também atuam na ausência de um relacionamento amoroso, motivando quem está nesta condição a procurar um novo relacionamento: carência afetiva, solidão, depressão, necessidades sexuais etc.

• Mecanismos sociais: aqueles que não se casam vão se desenturmando - os amigos vão se casando e tendo filhos. Neste caso os assuntos que aparecem nas conversas vão ficando diferentes, os programas vão ficando incompatíveis. Em certas áreas profissionais as pessoas casadas são mais valorizadas. Existe uma pressuposição de que os casados são mais responsáveis, uma vez que seus atos também gerarão conseqüências para os filhos e para o cônjuge. Além disso, aqueles que são solteiros também são vistos como suspeitos de portarem algum tipo de problema psicológico.

• Mecanismos formais: leis, responsabilidades econômicas, sanções religiosas etc.

Amor e felicidade. Um estudo científico verificou que, dentre vários outros fatores (nível educacional, nível econômico, estado civil etc.), apenas o casamento era associado com a felicidade. Outros estudos mostraram que o relacionamento amoroso também está associado com a saúde física e psicológica. Por exemplo, homens que se separam e não voltaram a se casar têm uma expectativa de vida menor do que aqueles que permanecem casados. O mesmo não acontece com as mulheres. Elas se apoiam mais nos seus relacionamentos sociais e sofrem menos do que eles quando estão sós e mais quando estão em um mau relacionamento. Estar casado e a qualidade deste relacionamento também afetam os filhos, os parentes, os amigos e o trabalho.

Não se contente com pouco. O seu relacionamento pode ser maravilhoso.