O fato de as pessoas colocarem objetivos em suas vidas não
passa de um subterfúgio para saciar a atividade do querer
humano. O ser humano é um ser curioso, cujo raciocínio está
voltado sempre para criar algo. Por esta perspectiva, as pessoas
devem entender que sempre terão desejos e vontades,
independente do objetivo em si, pois, alcançado um objetivo,
logo a pessoa traça o próximo e, no decorrer deste próximo
objetivo, deve vivenciar as pequenas felicidades.
A felicidade verdadeira está nas pequenas coisas da mesma
forma que está nas grandes. O que realmente faz uma pessoa
perceber a felicidade é primeiro, entendendo que a felicidade em
si é apenas uma abstração do homem, é um nome dado para
certo conjunto de pensamentos, desejos, sentimentos etc.,
todos causados por reações químicas e que, essas reações
químicas são causadas pela mente. Em segundo, que todo esse
processo é causado por algo que, para diferentes pessoas, tem
nome próprio ou apropriado como, por exemplo: para os
cristãos e católicos, o nome é alma; para os espíritas, o nome é
espírito; para os cientistas, já são vários nomes - dependendo
mais de quem o assuma em particular -, todos contendo os
conceitos de alma, espírito, ente sobrenatural etc.,
principalmente naqueles que seguem alguma religião, pois para
nos agnósticos, tanto faz e; para os ateus, apenas uma questão de
“fé” contrária a fé secular, classificando esse algo como simples
resultado aleatório da evolução natural, ou seja, algo que
simplesmente apareceu assim como pode também desaparecer,
como o é com a questão de vida e morte a qual os deístas e
teístas atribuem a um poder único, uma só entidade divina e
criadora.
Desta forma, encarar a felicidade sob um aspecto simplista,
bem como assim o é, é o melhor caminho para tê-la. É na
consciência do “sentir” os sentimentos de bem-estar e
reconhecê-los como seus causadores é um trunfo que pode ser
usado desde a hora que uma pessoa acorda, até a hora que vai
dormir, pois, sabendo o que causa as reações químicas que trás a
sensação de bem-estar, a pessoa pode repetir ou, quando não
possível, criar então novas experiências que vai levá-la
imediatamente para os sentimentos consoantes ao bem-estar
Sábio então é a pessoa entender também que independe o
bem material ou valor social que as coisas têm. Depende apenas
do que a pessoa sente sobre e em relação ao bem material ou
valor social da coisa. Depende mais da visão de mundo de cada
pessoa, pois, um carro, cujo valor lhe dá status, pode ser fonte
de felicidade quando a pessoa sente-se bem. Entretanto, esse
sentir-se bem tem que ser verdadeiro; tem que ser algo que se
manifeste por si só, algo que seja particular e independa do que
as outras pessoas pensam ou influências maiores, como as
sociais, por exemplo.
Se esse mesmo carro para outra pessoa é justificativa para
ser aceita, mesmo que em melhor posição social, não é de
modo algum felicidade. É uma falsa felicidade pela qual, várias
pessoas inseguras se submetem para suprirem suas faltas de fé
em si próprias.
A felicidade não está no reconhecimento alheio; não está
nas coisas materiais e menos ainda nos valores sociais que, digase
de passagem, mudam de cinqüenta em cinqüenta anos.
A felicidade está, em síntese, na interpretação; na visão de
mundo que cada pessoa tem dentro de seu respectivo meio
cultural e social, a felicidade é apenas um nome dado a sensação
de bem-estar e, essa sensação de bem-estar, do ponto de vista
apenas físico, não passa de reações químicas no corpo de
qualquer pessoa que, consoante, do ponto de vista espiritual,
são percebidas e experienciadas pelo eu maior, o ente que
realmente sente (a consciência).