Discutir a relação já é algo delicado e complexo. Ou melhor, discutir o relacionamento se torna complicado à medida que não falamos o que precisamos, na hora e lugar certos, para pessoa certa. Ao invés disso, vamos acumulando e acumulando uma série de sentimentos e ressentimentos.
E, de repente, estamos lá os dois com aquela cara de "pastel" e, do nada, qualquer gota d´água se transforma em uma hecatombe nuclear! Passamos então a discutir a relação - no pior momento. Com a pior expectativa, com a total falta de bom senso.
De fato, discutir a relação deveria ser algo prazeroso. Falar de futuro, projeções, alinhar expectativas. Contratar o que queremos e não queremos na relação. Falar de nós, dos nossos sonhos, do que gostamos e não gostamos. Do que imaginamos, de como desejamos viver a relação. É isso: discutir a relação poderia ser um passo para o sucesso do relacionamento. Mas, normalmente, vem tão carregado de "coisas mal resolvidas" ao longo do tempo que se torna uma bomba... E então, vem o pior: ninguém quer discutir a relação... ou seja, muitas das relações estão fadadas ao fracasso porque pura e simplesmente não conseguimos confrontar o que precisa ser confrontado na hora em que isso deve ser feito.
Bom, acredito ainda que pior que tudo isso junto - ou seja, a carga emocional que o discutir a relação nessa situação provoca, o despreparo, o fator surpresa para o outro (que, muitas vezes, não estava nem aí para o que estava acontecendo) - é experimentar fazer tudo isso por telefone! Por sms, skype! Por e-mail... Não dá certo! Sabemos qual será o resultado. Um gritando e chorando do lado de cá, o outro estupefato do lado de lá...
E se é dessa maneira, porque insistimos em tomar esse tipo de atitude? Por que não conseguimos resolver nossas questões na hora em que tudo acontece? Isso é realmente algo a investigar - e trabalhar o autoconhecimento pode ser o início
É sempre bom ressaltar que, se agirmos assim com relação à nossa relação amorosa, provavelmente, fazemos o mesmo com nossas relações familiares, profissionais e afetivas. Repetimos o mesmo comportamento, ou seja, somos aqueles do deixa pra lá... Aqueles mesmo que aprenderam a colocar panos quentes em tudo. A passar a mão na cabeça de todos... O único problema é que isso muitas vezes não é real. Afinal - somos todos humanos. E, engolir sapos, brejos inteiros, lagoas, tem um limite... Uns podem ser mais elásticos, outros menos. O fato é que um dia a casa cai
E então não há relação - ou discutir a relação - que agüente. Nesse todos agem da mesma forma... Isto é: colocamos tudo em um tamanho acima do normal - explodimos.
Colocamos para fora tudo de uma vez, tudo o que nos incomodou em anos, meses, semanas ou dias e, nesse caso, podemos ser mesmo cruéis ao lembrar coisas passadas que já não tem a menor importância e que fazem tudo ainda mais impossível.