quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Equilibrio
Se a tarefa de manter o equilíbrio fosse fácil, não ficaríamos boquiabertos ao ver equilibristas fazendo peripécias no fio da navalha. Em nossas vidas isto não é muito diferente. A cobrança natural que temos desde pequenos se transforma num verdadeiro picadeiro. Ao passo que vamos crescendo, nos envolvemos quase que obrigatoriamente nas mais inúmeras atividades ao mesmo tempo, e é a partir deste cenário que nos tornamos literalmente equilibristas de nossas próprias vidas.
Igualmente ao equilibrismo circense, de fora observamos e achamos que não é assim tão difícil, sempre nos achamos capazes de nos igualar às capacidades alheias e muitas vezes até de superá-las. No jogo da vida, os sentimentos monitoram esse grande desafio. A ideia de escrever este texto partiu do grande aprendizado que venho tendo por alguns anos na incrível aventura de criar um filho.
Não há um só dia em que não penso em como estou equilibrando a conduta de educação ao meu filho, o quanto devo cobrar, quando devo falar, por que motivo devo abordá-lo, quantas vezes preciso exercer uma cobrança e até que ponto, quais são os limites de cada situação.
Certa vez ouvi uma historinha muito sábia sobre educação e sempre que estou avaliando limites procuro lembrar do ensinamento:
Numa linda tarde de pôr do sol à beira mar, mãe e filha caminhavam pela areia. Num certo momento, a mãe abaixou-se, apanhou um pouco de areia e disse a sua filha.
- Filha, o relacionamento entre pais e filhos é parecido com esta situação.
A filha não estava entendo bem o que a mãe estava querendo lhe dizer. Naquele momento batia uma leve brisa que era capaz de assoprar a areia de cima da mão da mãe, e então ela falou:
- Se apertarmos demais, a areia escorre pelos dedos e se vai. Se abrirmos demais a mão, o vento também a leva embora.
Neste momento, a filha imediatamente entendeu o que a mãe estava querendo mostrar. Na verdade, esta história mais uma vez mostra que na grande busca de todos os relacionamentos – seja com pessoas, famílias, tempo próprio e tantos outros envolvimentos – precisamos sempre estar focados na busca pelo equilíbrio. Ficar sem ação é abrir totalmente a mão e aí a areia se vai. Agir de maneira agressiva, repressiva e autoritária é apertarmos a mão, e aí a areia escorre.
Talvez a busca pelo equilíbrio seja a maior de todas.
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